sexta-feira, 23 de julho de 2010

FAZENDO HISTÓRIA

Se é imaturo analisar o que fez a seleção brasileira na vitória sobre a Sérvia somente do quarto set em diante, julgar a seleção de Bernardinho apenas por um jogo é um erro grotesco no mínimo um lapso, porque é a mais vitoriosa de todas as seleções. A chamada Geração de Prata abriu as portas para as vitórias com a medalha de prata das Olimpíadas de Los Angeles. Desde então, no início do século XXI, sob o comando do treinador Bernardinho, a seleção tornou-se praticamente invencível.

Chegar ao topo é difícil, mas o maior mérito é manter. E isso em muito se deve à motivação. Uma coisa é você chegar e alcançar um cargo, ou no esporte, ganhar um título. Aquela conquista inédita, o desejo, faz você tirar 100% do seu potencial na busca daquele objetivo. A partir do momento que você está lá, a situação se inverte. Você não tem nada de "novo" a conquistar, isto deveria dar uma relaxada. Mas não com a seleção brasileira, pelo menos de vôlei, que está no topo a mais de uma década.


De lá para cá a seleção brasileira de vôlei passou por várias reformulações e alguns torcedores já dizem que a atual seleção não é tão melhor com relação aos adversários. Afinal de contas, lutando tanto tempo contra todos aqueles que querem alcançar o seu posto, a escola brasileira já foi copiada e, portanto, destrinchada. Mesmo assim, em pleno processo de renovação - renovar significa fazer de novo, recomeçar, tornar novo e dar novas forças -, com a inexperiência dos novatos e com a falta de entrosamento inerente, o Brasil continua vencendo. Como explicar este sucesso? Na técnica apurada e no biótipo favorável dos talentos? Também. Mas principalmente no trabalho de lapidação da comissão técnica brasileira, que busca a perfeição, o aprimoramento através da repetição e do treinamento duro, e a dedicação dos jogadores. O livro escrito por Bernardinho “transformando suor em ouro” tem uma passagem que explica bem sua filosofia: É melhor lapidar até a exaustão o talento médio (e determinado) do que tentar polir o diamante preguiçoso que não deseja polimento.


Os torcedores brasileiros não deixaram de duvidar da virada do Brasil sobre a Sérvia e vibraram como nunca no tie-break - com o espírito guerreiro da equipe, a vontade de vencer dos atletas, as substituições dando certo e o time crescendo na hora certa. Se é no momento decisivo que conhecemos os verdadeiros campeões, Mário Júnior ganhou nota 10 no teste de fogo do saque Sérvio, já pode ser mais cobrado por todos - quanto melhor maior são as exigências. O levantador Marlon mostrou que está na briga com Bruninho, caso o retorno de Ricardinho se concretize, quem será o segundo levantador do Brasil? Dois grandes levantadores, dois estilos de jogar. Sidão mostrou o espírito de quem persiste, luta e não se abate; fez somente um ponto de bloqueio em todo o jogo, nada menos do que o ponto que fechou o tie-break em 16 a 14, ajudou muito no ataque também. Dante parecia fazer seu primeiro jogo com a camisa da seleção, a vibração era contagiante, o sorriso estampado na cara, “dando na bola” como se diz na gíria do voleibol. Onde ele arruma tanta motivação depois de tantos anos na seleção? Leandro Vissoto cresceu na hora certa (na fase final da Liga), seu estilo de jogar encaixou como uma luva contra a Sérvia; é o oposto que o Brasil precisa.


A nossa maior preocupação na seleção é apenas com a liderança dentro de quadra, o Bernardinho sempre teve um ou mais jogadores que confiasse na hora do aperto. Escadinha, Giba e Ricardinho são exemplos de jogadores que exercem grandes influencia nos demais, passam confiança e tranqüilidade, com suas personalidades marcantes. Na falta deles quem seriam os novos líderes? Quando as coisas não estiverem dando certo, os jogadores tentarão resolver cada um por si ou algum jogador vai incendiar os companheiros?

O que nos aguarda os próximos capítulos? O que mais podemos esperar da seleção? Mais um recorde? Ser a primeira na história da Liga Mundial levantar o caneco pela nona vez? Talvez a melhor resposta seja: que continuem fazendo história. Como disse o arqueólogo John Gardner: a história nunca parece história quando a gente a está vivendo.


FOTOS: FIVB/Divulgação

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Diário de Bordo: Córdoba 2010 - Parte 1

Super bacana!!! O Vôlei na Rede fará cobertura da fase final da Liga Mundial 2010. Super Novidade!!! Confira na íntegra a primeira postagem na coluna especial Diário de Bordo do portal.


Diário de Bordo: Córdoba 2010
Por Guilherme Sundfeld

Parte1: 11/07/2010

Credenciamento de imprensa ok, lista do que preciso levar na bagagem também praticamente certo, Brasil classificado, e Cordóba, Argentina lá vamos nós. A seleção brasileira vai em busca do nono título da Liga Mundial, a partir do próximo dia 21, e o Vôlei Na Rede estará lá, para trazer as principais notícias dos bastidores e fotos exclusivas para vocês!

Após a cobertura da etapa de Uberlândia (MG), o Vôlei Na Rede se prepara para sua primeira viagem internacional, e nada melhor do que estar presente na fase final da Liga Mundial na Argentina. A expectativa é grande, e claro, a gente espera voltar de lá com mais um título para o Brasil.

As partidas serão disputadas no Orfeo Superdomo ( www.orfeosuperdomo.com), em Córdoba. Conforme vocês podem notar nas imagens abaixo, é um ginásio muito bonito, e tomara que tenha casa cheia em todos os jogos, para deixar o espetáculo ainda mais bonito.


O Brasil, primeiro colocado do Grupo A, caiu no Grupo de Argentina (país sede), e Sérvia (melhor segundo colocado da fase classificatória). No outro Grupo se encontram: Itália (melhor do Grupo B), Rússia (melhor do Grupo C) e Cuba (melhor do Grupo D).

Então é isso galera, este espaço servirá como um diário mesmo, onde prometo trazer as informações dos bastidores dos jogos, fotos exclusivas e muito mais. Quem quiser mandar sugestões, podem escrever para: guilherme@voleinarede.com.br. Não deixem de acompanhar essa aventura, até a próxima!

Guilherme Sundfeld
guilherme@voleinarede.com.br

Fonte: Volei na Rede